sábado, 21 de junho de 2014

Avenged Sevenfold - Waking the Fallen

Estados Unidos
2003
Hopeless Records


Com uma guitarra a mais no elenco, Avenged Sevenfold busca sua consolidação no mundo americano do metal. E se depender de Waking the Fallen, segundo álbum da banda, eles já estão na lista, e com sobras, dos conjuntos mais promissores dos últimos tempos.

No mundo da música, o segundo álbum é sempre o mais desafiador, pois ele mostra se o artista veio para ficar. O primeiro pode até ser muito bom, como é o caso de Sounding the Seventh Trumpet, mas o segundo lançamento é a prova de fogo. É para saber se o negócio é sério ou não. O que os americanos (e também outros anglófonos) chamam de "real deal". Em Waking the Fallen, o agora quinteto californiano (com a entrada do guitarrista Synyster Gates, além da troca de baixistas - Justin Sane por Johnny Christ) decidiu se manter no metalcore, só que mais puxado para a vertente metaleira do que para a hardcore, ao contrário do primeiro trabalho.

Mais uma vez, tudo começa com uma introdução, a faixa-título. Os arranjos orquestrados e os efeitos sonoros fazem jus ao nome da obra. "Ressuscitam os mortos" e dão início à sessão musical. "Unholy Confessions" dá dicas de como será o resto das músicas. Matt Shadows canta com mais frequência e acerta mais sua harmonia com o instrumental, assim como o resto da banda investe mais em melodias e em solos, mas isso não quer dizer que os vocais rasgados e agressivos foram embora. Afinal, eles que são utilizados nos primeiros versos, mas fica evidente a mudança em relação ao primeiro álbum. "Chapter Four" e "Remenissions" mantêm o ritmo pesado e melódico, que reveza com alguns breakdowns, mas nada radical. "Desecrate Through Reverence" tem uma abordagem mais soturna e algumas passadas são bem marcadas. É uma das melhores faixas do álbum e no seu final já puxa "Eternal Rest", que começa com uma pegada mais hardcore, lembrando o disco anterior, mas que já retorna para os passos definidos, dando uma cara bem heavy metal.

Outro destaque é a excelente "I Won't See You Tonight", dividida em duas partes e somada em quase 14 minutos. A primeira parte é o que chamo de "falsa balada". Mais pesada do que uma convencional, ela tem uma noite chuvosa como cenário perfeito. Tire a prova com os seus próprios ouvidos. "Clairvoyant Disease", com exatamente cinco minutos de duração, é outra belíssima obra e também cotada para ser uma das melhores do álbum. E "And All Things Will End" finaliza toda a sessão e conta com um grande solo de Syn Gates.

Waking the Fallen mostra o desenvolvimento que a banda obteve desde o debut. Corrigiu os erros de harmonia, investiu em melodias e teve como resultado um álbum extremamente bem executado. Pode melhorar ainda mais? Claro que sim. Para isso, o foco são as transições. Nem todas as quebras de ritmo se encaixam, mas não tira o brilho de toda a produção.

8.6

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